30.5.05

A DOR DO NÃO VIVIDO



"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram".
A Dor do Não Vivido
Carlos Drummond de Andrade


"O que mata as pessoas é o fato de esperar. Quando se aceita que tudo é desesperado é mais fácil alcançar a felicidade. As pessoas se matam é por decepção". Essa é a alternativa de André Comte-Sponville, um filósofo francês, para que se alcance a felicidade. O desespero descrito é o deixar de esperar, estágio que pressupõe a perda e indica a dificuldade do caminho. É o reconhecimento de que a vida é decepcionante pois, quem usa a esperança como meio de vida alterna, constantemente, estágios de decepção e esperança, o que transforma o mundo em uma constante aflição. Sair desse ciclo é alcançar a sabedoria, na qual o real basta.
Isso pode parecer um tanto soturno, mas é explicado quando pensamos que só se espera o que não depende de nós - o irreal ou desconhecido - do conhecido se tem vontade.
Tudo isso me parece muito lógico a essa altura, embora a prática dessa teoria tão simples, que de maneira não intencional Drummond explicou em poesia, não seja assim fácil de aplicar.
Fica a dúvida: se o melancólico é o doente da verdade o histérico o prisioneiro da mentira, qual é a melhor situação?



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