10.6.05

MEUS AMIGOS MERECEM FERNANDO PESSOA

É preciso encarar as amizades de maneira mais amena. A maturidade chega também nessa esfera. Descobrir que nem sempre vamos querer estar com todos os amigos ao mesmo tempo, que não precisamos ser um bando. Isso não nos torna menos amigos. Existem momentos que só queremos compartilhar com uma determinada pessoa, porque ela vai compreendê-lo mais do que ninguém, e isso é cumplicidade.
Amizade e respeito andam juntas e são inseparáveis. Assim, passei, cada vez mais, a respeitar os momentos dos meus amigos, pois aprendi a respeitar os meus momentos. Aprendi que podemos fazer novos amigos sem desfazer dos antigos, e que não existe o conceito de "melhor amigo", pois é dificil hierarquizar o sentimento. Há, talvez, o "amigo mais próximo", e esse muda com as circunstâncias da vida.
Próximos ou distantes, meus amigos sempre me serão caros. A eles e aos que vão chegar, as palavras de Fernando Pessoa:

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem brilho questionador e tonalidade inquietante.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero a resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Louco que senta e espera a chegada da lua cheia.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. (...)
(...) Meus amigos são todos assim:metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte deaprendizagem, mas lutam para que a fantasia não deasapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, evelhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
Fernando Pessoa

14 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Dri, vc é fofa demais e eu adoro muito você!!!!!!

1:54 PM  
Anonymous Anonymous said...

Malu, vc é que é a coisa mais fofa do mundo! Tb te adoro!

1:55 PM  
Anonymous Anonymous said...

A Marilu já disse que te adora... Se eu repetir, pode parecer que eu a estou copiando???
Se eu disser que te você é fantástica fica diferente e legal também, né? Kissões!

10:03 PM  
Anonymous Anonymous said...

Medeiros, adoro vc!Mesmo vc dizendo que gritei com o Batman no seu aniversário! Rs! Um bejo.

8:56 AM  
Anonymous Anonymous said...

Inteligente, bela, madura,forte, distante...
ao mesmo tempo, proxima, fragil,
adolecente...unica.
Que bom que vc existe.
Que otimo!!! somos amigos!

2:35 PM  
Anonymous Luciana said...

Lindo sim, só que esse poema: Loucos e Santos é de Oscar Wilde e não de Pessoa.
Bjo!

2:14 AM  
Anonymous Anonymous said...

teus amigos merecem a verdade:
https://www.youtube.com/watch?v=dxG9OH3yppU

1:22 PM  
Blogger Ana Vivas said...

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.
Desconhecido
Nota: Esse texto vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Marcos Lara Resende ou Oscar Wilde. No entanto é uma adaptação do texto “Crônica para os Amigos” de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.

6:41 AM  
Blogger Unknown said...

Esse poema nunca foi de Fernando Pessoa. Conheço toda a obra dele, inclusive já visitei o museu F. pessoa em Portugal. Quem conhece sabe que ele jamais usava palavras simples como se vê aí. O vocabulário dele era rico e de um nível absolutamente inconfundível . Se informem melhor antes de postar coisas que não condizem com a realidade...

11:46 AM  
Anonymous Anonymous said...

Isso não é Fernando Pessoa nem aqui nem na China.

12:25 PM  
Blogger Unknown said...

Esse pensamento vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Oscar Wilde ou Marcos Lara Resende. No entanto trata-se de um trecho adaptado do texto “Crônica para os Amigos” de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.

9:00 AM  
Blogger Dagmar said...

Pois é... Este texto.... Me consta como. Sendo de Sérgio Antunes de Freitas.... Publicado em 2003.

9:17 AM  
Blogger Pedro Lins e Silva said...

Me desculpa mas este poema não é de Fernando Pessoa... não é crível que "Bobeira" fosse expressão usada na Portugal dos anos 20!

4:33 AM  
Anonymous Anonymous said...

Poema de Oscar Wilde, original em inglês Crazy & Saints, que morreu em 1900. O que lemos é uma tradução em Português do Brasil (o termo bobo revela-nos isso mesmo).

2:00 AM  

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